Ucrânia: evacuação segura de civis de Mariupol foi interrompida pelo segundo dia; CICV insta as partes a acordar condições específicas

Genebra (CICV) – Em meio às cenas devastadoras de sofrimento humano em Mariupol, uma segunda tentativa de começar a evacuar cerca de 200 mil pessoas da cidade foi interrompida hoje. As tentativas fracassadas de ontem e de hoje evidenciam a ausência de um acordo detalhado e funcional entre as partes em conflito.

O CICV não é e não pode ser, de forma alguma, o afiançador de um acordo de cessar-fogo entre as partes nem de sua implementação. Como intermediário humanitário, neutro e imparcial, o CICV tem facilitado o diálogo entre as partes sobre a evacuação segura de civis.

Para que a evacuação segura da população civil aconteça com os níveis de confiança exigidos, não basta um acordo geral, as partes precisam pactuar também detalhes e parâmetros. Em particular:

• Especificar horário, lugares, rotas de evacuação e outros detalhes logísticos;
• Definir as pessoas que podem ser evacuadas voluntariamente;
• Explicitar se o acordo também permite levar assistência às cidades.

Além disso, o CICV precisa de garantias de segurança satisfatórias para trabalhar. Hoje, nossas equipes começaram a abrir a rota de evacuação de Mariupol antes que as hostilidades recomeçassem. Nossas equipes permanecem em Mariupol e estão prontas para ajudar a facilitar novas tentativas se as partes chegarem a um acordo detalhado, que cabe apenas às partes implementar e respeitar.

Recordamos às partes que o pessoal, os veículos e os edifícios que ostentam os emblemas da Cruz Vermelha estão protegidos pelo direito internacional, assim como os emblemas em si, que não devem ser utilizados indevidamente.

Também recordamos às partes em conflito as suas obrigações de respeitar o Direito Internacional Humanitário e de proteger a população civil e as infraestruturas civis.

Mais informações:
Ewan Watson, +41 79 244 64 70, ewatson@icrc.org,
Crystal Wells, +41 79 642 80 56, cwells@icrc.org