No entanto, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) registrou 3.780 ataques contra profissionais e estabelecimentos de saúde entre 2016 e 2020, em uma média de 33 países em cada um desses anos. Em 19 de maio, o CICV, o jogador de futebol Blaise Matuidi e a agência Saatchi & Saatchi iniciam uma campanha de conscientização sobre o papel essencial que os profissionais de saúde cumprem e a necessidade de protegê-los.
O fato de a República Democrática do Congo (RDC) – país querido para Matuidi – ser um dos locais mais violentos do mundo levou o jogador a aderir à iniciativa. "É uma pena que as pessoas que cuidam de nós todos os dias possam ser vítimas de violência, na RDC ou em qualquer outro lugar", lamentou Matuidi. "Cirurgiões, maqueiros, enfermeiros deveriam receber o mesmo apoio popular que nós, jogadores de futebol, recebemos".
O CICV adverte regularmente sobre estes atos de violência e espera que a participação de Blaise Matuidi e da agência Saatchi & Saatchi incentive o apoio da opinião pública. "Os esforços feitos para proteger os profissionais e estabelecimentos de saúde não são suficientes. Precisamos de ações concretas. Precisamos de leis mais rígidas e que sejam aplicadas corretamente, de estabelecimentos de saúde seguros e de treinamentos adaptados", indicou o responsável pela iniciativa Assistência à Saúde em Perigo do CICV, Maciej Polkowski.
Graças ao apoio do jogador e da agência foi possível produzir um filme que retrata um mundo imaginário onde as pessoas torcem por uma cirurgia com o mesmo entusiasmo que os torcedores demonstram no mundo real. "Com esta campanha é possível vivenciar uma cirurgia como se fosse um grande jogo do nosso time; o cirurgião ocupa o lugar do jogador de futebol, desde o aquecimento até a entrega de um troféu. A inversão de papéis, reforçada pela intervenção final de Blaise Matuidi, conscientiza as pessoas sobre como os jogadores e os profissionais de saúde são tratados de forma diferente", explica o diretor do filme, Stéphane Barbato.
Proteger os profissionais de saúde é uma tarefa diária do CICV, que trabalha em estreita cooperação com as autoridades de saúde locais nos países onde está presente. A organização fez uma importante parceria com administradores de hospitais para reduzir o número de armas ingressadas no pronto-socorro. Cinco meses depois da implementação do programa em um país do Sul da Ásia, a quantidade de armas interceptadas aumentou de duas a 42 por mês, o que permitiu reduzir os riscos aos quais pacientes e profissionais de saúde estão expostos.
A campanha será lançada oficialmente em 19 de maio, nas redes sociais de Blaise Matuidi, do CICV e de todos aqueles que queiram destacar o trabalho excepcional feito pelos profissionais de saúde, para garantir que eles nunca mais sejam objeto de violênci
A respeito dos dados do CICV sobre ataque à saúde: os dados relativos aos eventos que afetam a prestação de assistência à saúde foram coletados de janeiro de 2016 a dezembro de 2020 pelas equipes do CICV em uma média de 33 países por ano, onde o CICV tem presença operacional, isto é, em países afetados por conflitos ou violência. Os dados não são exaustivos, mas representativos do que o CICV vê nos lugares onde trabalha. Como a coleta de dados com frequência é bastante desafiadora, os dados provavelmente representem uma subestimação da verdadeira quantidade de ataques e casos de obstrução.
Mais informações:
Florian Seriex, CICV Genebra, tel.: +41 79 574 06 36
Diogo Alcantara, CICV Brasil, dalcantara@icrc.org, tel.:+55 61 98248-7600
Daphné Lucas, CICV Moçambique, dlucas@icrc.org, tel.:+ 40 176 776 56857
Para visualizar e fazer download das últimas gravações em vídeo do CICV em qualidade de transmissão, visite www.icrcvideonewsroom.org