No Hospital Primário de Guduru, que atende pacientes de mais de cinco distritos, as paredes estão cheias de buracos de bala e o tanque de água foi danificado. Camas, equipamentos, materiais cirúrgicos e ambulâncias foram saqueados.
A quantidade de pacientes aumentou drasticamente com a chegada à área de milhares de pessoas que fugiram de suas casas, o que dificultou muito a prestação de serviços de assistência à saúde à população.
"Faltam medicamentos de emergência. Não temos instrumentos cirúrgicos. Não temos camas. E agora também falta água por causa dos danos no depósito de água. A farmácia da comunidade também foi destruída, levaram todos os medicamentos e os materiais", declarou o diretor médico do hospital, Dr. Alemayehu Kiri.
Centenas de milhares de pessoas na região de Oromia, na Etiópia, têm sido gravemente afetadas pela violência. Muitas delas precisam de assistência humanitária, e a situação poderia piorar por causa dos confrontos em curso, que restringem o acesso à ajuda em muitas áreas. As necessidades são particularmente grandes em partes de Guji, as Welegas e Borena.
"Os tiros eram insuportáveis. Portanto, fugimos buscando salvar nossas vidas. Para meus filhos foi um pesadelo, uma situação muito dura. Perdemos tudo o que tínhamos, e desde que chegamos a Balo não temos recebido assistência. Ninguém veio nos perguntar pela nossa situação", explicou Mulu Takele, uma mulher deslocada com sete filhos.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em conjunto com a Cruz Vermelha da Etiópia, enfrenta numerosos desafios para atender às enormes necessidades apesar da ampliação das operações para a parte ocidental da região de Oromia e para Guji.
O CICV e a CVE em Oromia estão trabalhando além de seus limites para fornecer proteção e assistência às populações mais afetadas pela violência em áreas de acesso particularmente difícil, como Bubul, Begi e Kondole, Balo, Bareda e Kombosha, onde poucas ou nenhuma outra organização humanitária tem operações.
"Tivemos que tomar decisões difíceis, focalizar lugares com pouca presença de outros atores humanitários", declarou o diretor da subdelegação do CICV em Nekemte, Julian Jaccard. "As pessoas nessas áreas têm sofrido imensamente por muito tempo".
Desde janeiro de 2023, em Oromia, o CICV:
- Ajudou 62,8 mil pessoas fornecendo alimentos, utensílios domésticos, abrigo e ajuda em dinheiro.
- Forneceu apoio regular a 12 centros de saúde com material e equipamentos, incluindo remédios, insumos médicos, móveis e artigos de higiene, e organizou treinamentos sobre gestão clínica de estupros para que o pessoal de saúde continue ou volte a prestar serviços de saúde básicos que salvam vidas.
- Ajudou 32,5 mil pessoas a restabelecer ou manter laços familiares facilitando a troca de notícias sobre as famílias por meio de Mensagens Cruz Vermelha ou telefonemas, que foram descritos por alguns familiares separados como seu momento de maior alívio.
- Forneceu acesso a água limpa a 187 mil pessoas, incluindo pessoas em lugares de detenção, ajudando-as a obter água potável para beber e se lavar, e ajudando os trabalhadores de saúde a conseguir a água limpa de que precisam para se cuidar e salvar as vidas dos pacientes.
Mais informações:
Jude Fuhnwi, CICV Adis Abeba, +251 944 101 700, jfuhnwi@icrc.org
Alyona Synenko, CICV Nairóbi, +254 709 132 336, asynenko@icrc.org