Estas crianças vivem com as suas mães, desde o ano passado, em um campo para deslocados internos em Yola, Estado de Adamawa, no nordeste da Nigéria.
O CICV cadastrou as crianças desacompanhadas e facilitou telefonemas para restabelecer o contato entre as famílias separadas pela violência armada.
“A violência na Nigéria está despedaçando famílias e causando um sofrimento imenso”, declarou o presidente do CICV, Peter Maurer, quando visitou a Nigéria em maio de 2015. “Trata-se de uma das maiores crises humanitárias atualmente no mundo, com dimensões regionais.”
Maria, sua mulher, mãe de cinco filhos que foi separada de dois deles após os disparos, conseguiu escapar com os três filhos quatro dias depois. “Quando fugimos, ficamos aflitos porque os meus dois filhos não estavam conosco. Não sabíamos onde eles estavam”, disse Maria. Eles encontraram refúgio e se reuniram com os dois filhos mais velhos em Mubi. Depois de outro ataque, a família Sanusi teve de caminhar 400 quilômetros, pelas montanhas, com pouca comida e água até chegar em segurança a Camarões.
As mulheres nigerianas afetadas pela violência armada costuram roupas tradicionais em um campo de refugiados em Yola, Estado de Adawama, onde vivem há um ano.
Os deslocados buscaram refúgio em outros lugares da Nigéria e nos países vizinhos como Camarões, Chade e Níger, provocando uma crise regional.
Desde que chegaram em um dos campos de deslocados em Maiduguri, no início de 2015, as crianças deixaram de ir à escola e vestem roupas esfarrapadas. Algumas ficaram doentes. Não há dinheiro para roupas ou remédios.
“Veja a minha filha, ela tinha três meses quando o pai morreu”, conta uma mulher no campo de deslocados de Yola. “O que vou dizer para ela quando crescer”?
O CICV capacitou profissionais de saúde que trabalham em hospitais, no nordeste do país, a lidar com as situações de vítimas em massa e tratar os feridos por armas. O CICV apoia 12 Centros de Saúde Primária, principalmente nos Estados de Borno e Adamara, que atendem um total de 360 mil deslocados e moradores das comunidades.
Assim como mais de 40 mil pessoas, a maioria agricultores, eles caminharam 200 quilômetros com pouca comida e água para buscar refúgio em Camarões. Na volta às suas comunidades em Mubi, o CICV prestou assistência com a entrega de 10 kg de sementes de milho e 150 kg de fertilizantes para ajudá-los a reiniciar as suas vidas.
O conflito armado no nordeste da Nigéria provocou uma crise humanitária de grande magnitude na região do Lago Chade.
Comunidades foram destroçadas e centenas de milhares de pessoas perderam tudo que tinham. Atualmente, calcula-se que sete milhões de pessoas precisam de assistência na região.
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