Genebra: Uma nova pesquisa, liderada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), sugere que os aplicativos de mensagens poderiam representar um papel vital no trabalho humanitário no futuro. A pesquisa, realizada pelo CICV, The Engine Room e Block Party, afirma que os aplicativos de mensagens estão tão difundidos que merecem ser considerados "estrategicamente", para o uso em operações humanitárias. Os resultados desse estudo foram apresentados no relatório 'Humanitarian Futures for Messaging Apps', publicado hoje.
Refugiados do Burundi fazem fila atrás de um membro do CICV para o serviço de carga gratuita de celulares no campo de refugiados em Mahana, Ruanda. CC BY-NC-ND/CICV
Estima-se que mais de 2,5 bilhões de pessoas no mundo todo usam aplicativos de mensagens. Esta cifra deve subir para 3,6 bilhões – metade da população mundial – até 2018. Em emergências, como desastres naturais ou conflitos armados, as pessoas contam com essas plataformas para se manterem em contato com os seus entes queridos ou estarem informados sobre a situação.
"Os aplicativos de mensagens ajudam as organizações humanitárias a reunirem informações para entender melhor as necessidades nas áreas de difícil acesso, onde quase sempre é complicado fazer reuniões pessoalmente", afirmou a diretora de Comunicação e Gestão de Informações do CICV Charlotte Lindsey-Curtet. "As organizações humanitárias estão atualmente testando esses aplicativos com duas finalidades principais: comunicar-se com as pessoas afetadas por crises ou conflitos e coordenar tarefas e ações internamente.
"Em algumas situações, os aplicativos de mensagens têm um potencial não explorado para melhorar as operações humanitárias", completou o líder da pesquisa em The Engine Room e um dos principais autores do estudo, Tom Walker.
Essas novas oportunidades, no entanto, apresentam novos desafios. "Há inúmeras questões como a segurança, a proteção de dados e a privacidade que precisam ser consideradas com seriedade", declarou o chefe de proteção de dados do CICV, Massimo Marelli. "Eles podem reproduzir antigas desigualdades e criar novas em forma de divisão digital, etária e de gênero."
O relatório informa que as organizações humanitárias precisam compreender melhor as oportunidades e desafios dos aplicativos de mensagens e que estratégia e padrões precisa estabelecer para determinar onde eles podem ser mais adequados e efetivos.
Com o apoio de um grupo de assessoria que incluía a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários e o Programa Mundial de Alimentos o relatório foi preparado.
Para ver um vídeo de 60 minutos em inglês, clique aqui: https://youtu.be/4iUSraX4Cmk
Para descarregar o relatório completo em inglês, clique aqui: https://shop.icrc.org/messagingapps
Mais informações:
Philippe Stoll, CICV Genebra, tel: +41 79 536 92 49