Comunicado de imprensa

Brasil: CICV doa insumos aos três institutos forenses de Roraima

Mais de 2 mil sacos mortuários, luvas e outros materiais foram entregues; a melhor gestão de pessoas falecidas pode prevenir desaparecimento de pessoas

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) realizou no dia 23 uma doação simultânea para o Instituto Médico Legal (IML), o Instituto de Identificação e o Instituto de Criminalística no Estado em Boa Vista. Foram mais de 2 mil sacos mortuários para o IML, luvas de procedimento e cirúrgicas para o IML e o Instituto de Identificação, além de insumos específicos para o Laboratório de Genética.

"Receber essas doações é muito importante, e a de hoje foi expressiva. Nunca havíamos recebido tantos materiais de uma vez", agradeceu a diretora do IML em Roraima, Marcela Campelo. "O CICV nos ajuda tanto com materiais quanto entrando em contato com as famílias dos migrantes", concluiu.

Campelo explicou que a dificuldade de acesso a Roraima faz com que faltem materiais fundamentais para uma análise, como as luvas. Os sacos mortuários, por sua vez, precisam ser encomendados de outros lugares do país. Nos últimos tempos, essa escassez ainda se agravou.

O diretor interino do Instituto de Identificação, Hênio Stânio Lima Andrade, acrescentou que desde que as instituições de ciências forenses firmaram parceria com organizações humanitárias, como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, o trabalho se tornou mais ágil. "É de suma importância esse alinhamento com o CICV para a identificação de estrangeiros no Estado de Roraima", pontuou.

Jimena Leyva, Delegada Generalista do CICV; Stanio Lima, Diretor do Instituto de Identificação Odilio Cruz; Marcela Campelo, Diretora do IML; Michael Pfister, Chefe do Escritório CICV; Keliane Carvalho, Representante do Diretor do Instituto de Criminalística; Gustavo Maia, Logística do CICV.

Ação forense humanitária

Para o CICV, quando as pessoas morrem durante uma guerra, violência, desastre ou migração, os seus corpos devem ser tratados com respeito e dignidade. Os restos mortais devem ser encontrados, recuperados e identificados. A ação humanitária inclui essas tarefas e a ciência forense oferece as ferramentas e as competências necessárias para realizá-las.

É por isso que, conforme explica a oficial do CICV em Roraima Jimena Leyva, a "ação forense humanitária" tem como objetivo assegurar a gestão adequada e digna das pessoas falecidas e prevenir desaparecimentos. É voltada a dar respostas à dor dos familiares, contribuindo para seu direito de conhecer o destino de seus entes queridos.

Em Roraima, este trabalho é uma das ações do CICV e compõe a chamada Proteção de Laços Familiares (PLF), que também atua em serviços de conectividade, transferência de documentos de migrantes e preocupa-se com o desaparecimento de pessoas em rotas migratórias.

No mundo inteiro, o CICV oferece assessoria às autoridades locais e aos profissionais de ciências forenses para que busquem e identifiquem pessoas falecidas utilizando desde a análise de impressões digitais à arcada dentária do desaparecido.

"Com essa primeira doação feita em conjunto aos três atores essenciais das ciências forenses de Roraima, esperamos que seja o início de uma forte parceria no ano que vem", espera Jimena.