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Brasil: Com câmaras frias ao IML, CICV apoia gestão de pessoas falecidas em Roraima

Boa Vista (CICV) – Para assegurar uma gestão adequada e digna de pessoas falecidas, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) apoiou a manutenção e correção de seis câmaras frias no Instituto de Medicina Legal de Roraima, aumentando a capacidade de conservação de restos mortais. O apoio ocorreu em abril e nesta quarta-feira (25), representantes do IML e do CICV visitaram as instalações para vistoriar as melhorias. O órgão é o único no estado a dispor desse serviço e atende a demanda de todos os 15 municípios roraimenses.

"Nos últimos anos, a nossa demanda tem aumentado muito. Há quatro anos, tínhamos uma média de dois a três corpos e hoje chega a cinco, seis corpos por dia. O fato de ter mais vagas nos dá segurança em oferecer um melhor serviço para a população", comentou a diretora do IML, Marcela Campelo. "Agradecemos o apoio e a sensibilidade do CICV, em entender que esse é um trabalho de extrema necessidade".

Desde 2018, quando abriu um escritório em Boa Vista, o CICV tem atuado em favor das populações impactadas pela migração – tanto os migrantes como a população acolhedora. "Estamos observando um aumento de migrantes falecidos, principalmente venezuelanos, que precisam de repatriação e esse processo pode demorar um pouco. Por isso, a necessidade de ter câmaras frias funcionando", afirmou o chefe de operações do CICV no Brasil, Laurent Wildhaber.

A diretora do IML, Marcela Campelo (esquerda), o chefe de operações do CICV no Brasil, Laurent Wildhaber, e a delegada de proteção do CICV Jimena Leyva visitam instalações após apoio com câmara fria. Foto: Kelyson Souza/CICV

"A questão migratória muda a nossa logística, pois muitas vezes temos que permanecer com esses corpos por um pouco mais de tempo, até que haja a identificação. O CICV faz essa ponte de comunicação com as famílias que estão na Venezuela, por exemplo. Sem esse apoio, nosso trabalho seria dobrado", completou Marcela Campelo.

O presidente da Associação Roraimense de Peritos Oficiais de Natureza Criminal (Arpo), perito legista Antonio Medeiros, explicou que o IML recebe não apenas corpos de natureza criminal ou por acidente, mas também atende a demanda das unidades de saúde. "Essa parceria que hoje se materializa é uma questão humanitária, que beneficia todo o estado", disse.