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Brasil: Profissionais da Saúde do Ceará participam de seminário do CICV

Profissionais e trabalhadores da Saúde ocuparam o auditório principal da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), autarquia vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), nesta terça-feira (08), durante o seminário internacional “Consequências Humanitárias da Violência Armada: reflexões e propostas para fortalecer respostas sustentáveis em Fortaleza”.

O evento é resultado de uma parceria entre a Escola e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), com o objetivo de discutir e pensar respostas sobre o impacto da violência armada na saúde mental e psicossocial das comunidades e dos profissionais dos serviços públicos essenciais de saúde.

O seminário contou com a participação de representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, da Sesa, da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) e da ESP/CE. Segundo o superintendente da Escola, Marcelo Alcantara, é preciso analisar a temática em debate com aspectos positivos.

"Existe também uma beleza no enfrentamento ao problema da violência, que é colocar em prática os pilares do nosso Sistema Único de Saúde (SUS), que é deixar disponível o acesso de todas as pessoas que vivem no Brasil à saúde e de maneira segura", refletiu Alcantara.

Termo de cooperação
Durante o encontro, o chefe de operações da Delegação Regional para Brasil, Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai do CICV, Laurent Wildhaber, e o representante da ESP/CE, Marcelo Alcantara, também assinaram um termo de cooperação, para formalizar o interesse de realizar ações conjuntas com o objetivo de atenuar as consequências humanitárias da violência.

A parceria visa efetivar atividades de suporte em saúde mental e apoio psicossocial no caso de violência armada, além da implementação da metodologia de gestão de riscos de Comportamentos Mais Seguros (CMS), do Programa Acesso Mais Seguro para Serviços Públicos Essenciais (AMS), por meio de treinamento na modalidade educação a distância. A capacitação feita pelo CICV será voltada para estudantes e profissionais vinculados à ESP/CE, que prestam serviços essenciais à população em áreas vulneráveis.


ESP/CE e CICV assinam termo de cooperação. Foto: Raiane Ferreira

 

Violência em debate
De acordo com o chefe de operações do CICV, Laurent Wildhaber, as consequências da violência armada vão além das causas visíveis. "Precisamos analisar todos os cenários que são resultados da violência, como o fechamento de escolas e de postos de saúde, por exemplo. Isso impacta diretamente o acesso ao serviço público. Nossa discussão hoje é para tentar encontrar algumas medidas que possam diminuir ou mitigar esses efeitos nos serviços essenciais", explicou.

A gerente da Atenção Secundária da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, Keyla Souza, sentiu o impacto da violência enquanto atuava como gestora de uma unidade de saúde, durante uma das campanhas de vacinação da covid-19. "Um dos pacientes entrou na sala e, na hora de administrar a vacina, ele mostrou que estava armado. A equipe ficou muito nervosa. Eu tinha o contato direto do comando da polícia e eles rapidamente chegaram e agiram da melhor maneira possível", contou.

O Seminário finalizou às 17h e contou com debates, apresentação de painéis e oficinas temáticas.