Comunicado de imprensa

Dez anos após a proibição de munições cluster, o CICV acolhe com satisfação os avanços e incentiva outros Estados a aderirem ao tratado

Genebra (CICV) – Durante o discurso de abertura da Reunião de Estados Partes da Convenção sobre Munições Cluster de 2008, o vice-presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Gilles Carbonnier, instou a comunidade internacional a continuar reforçando o estigma contra essas armas inaceitáveis.


"Nos últimas dez anos vimos um importante progresso em termos de descontaminação de resíduos de munições cluster, o que traz melhorias para as pessoas e comunidades afetadas por essas armas", afirmou Carbonnier. "Mais de 400 quilômetros quadrados de terras contaminadas foram liberadas de resíduos de munição cluster e os Estados Partes destruíram a grande maioria dos seus estoques declarados", acrescentou.

Outros avanços incluíram:

  • Crescente aceitação da norma que proíbe as munições cluster: hoje, 103 Estados são parte da Convenção e outros 17 são signatários.
  • Os Estados destruíram a grande maioria dos seus estoques declarados, o que equivale a mais de 175 milhões de submunições.
  • Um total de 18 países (dos quais 17 são Estados Partes) que antes fabricavam munições cluster deixaram de fazê-lo.

No entanto, o vice-presidente do CICV observou que ainda há muito trabalho a ser feito e os avanços não podem ser considerados um feito:

"O aumento no número de vítimas conhecidas de munições cluster – a maioria de civis - nos últimos cinco anos é uma questão de grande preocupação para todos nós na comunidade da Convenção", complementou.

"A morte e os ferimentos de centenas de civis ressaltam a a urgência que temos em alcançar a implementação universal das normas da Convenção."

"A promessa da Convenção para os civis de que eles nunca mais precisarão enfrentar a ameaça das munições cluster às suas vidas, à sua integridade física e aos seus meios de subsistência só será cumprida quando cessarem o uso dessas armas, quando os estoques forem eliminados, quando as áreas contaminadas forem liberadas e quando as vítimas tiverem recebido ajuda para reconstruir as suas vidas", concluiu o vice-presidente.

O CICV faz um apelo a todos os Estados que ainda não aderiram à Convenção sobre Munições Cluster que o façam e implementem fielmente a sua agenda humanitária.


Mais informações:


Matt Clancy, CICV Genebra, +41 79 574 15 54