Sanaa (CICV) – Dominik Stillhart, diretor de operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) acaba de concluir uma visita de três dias ao Iêmen, país destroçado pela guerra.
"Estou horrorizado com o que os iemenitas têm de suportar", afirmou Stillhart. "Tentar sobreviver e procurar comida, água e abrigo são um esforço diário em meio a contínuos ataques aéreos e confrontos terrestres. As restrições ao ingresso de combustível, alimentos e remédios no país e à circulação dentro do seu território agravam ainda mais essa crise."
Al Azgool, distrito de Sahar, Sadaa, Iêmen. Esta família vive em condições muito difíceis em uma área remota de Sadaa e depende da ajuda humanitária. CC BY-NC-ND / CICV / H. Al-Najjar
O conflito em curso no Iêmen obrigou a mais de 2 milhões de pessoas a fugirem das suas casas e já deixou mais de 6 mil mortos. Mais de 30 mil pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram feridas. Os estabelecimentos de saúde, que deveriam ser santuários para os civis, sofreram mais de cem ataques desde março do ano passado.
À medida que o conflito e o sofrimento da população se intensificam, o CICV aumenta as suas atividades no país. É uma das poucas organizações internacionais presentes em todo o Iêmen, com escritórios em Sanaa, Saada, Taiz e Aden. Em 2015, a organização ajudou a mais de 3 milhões de iemenitas.
"Estamos comprometidos a continuar ajudando a todos os cidadãos, de maneira imparcial, desde que as nossas equipes possam trabalhar com segurança", acrescentou Stillhart. Ele descreveu a impressionante escalada da crise e a insuficiência na resposta humanitária, cerceada pela falta de segurança e de acesso para as organizações internacionais.
Nos últimos seis meses, o CICV vivenciou diversas vezes incidentes de segurança, incluindo um ataque ao seu escritório em Aden, em agosto, a morte de dois funcionários em setembro e o sequestro de outro – ainda em poder dos sequestradores – em dezembro. A isso, devem-se somar as mortes de seis voluntários do Crescente Vermelho Iemenita desde março.
"Apesar de tudo o que passamos, optamos por ficar", afirmou Stillhart. "Mas se devemos trabalhar com todo o nosso potencial e chegar às pessoas em todo o país, a segurança da nossa equipe deve ser garantida por todas as partes envolvidas no conflito". Também deve-se garantir acesso irrestrito a todas as partes do Iêmen e em todas as linhas de frente, incluindo áreas como Taiz, onde ocorrem intensos enfrentamentos.
Mais informações:
Rima Kamal, CICV Sanaa, tel.: +967 1 213844 ou + 967 73 607 1967
Adnan Hizam, CICV Sanaa, tel.: + 967 73 372 1659
