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O mundo de cabeça para baixo: cresce número de ataques a profissionais de saúde na Colômbia

Segundo cifras da Mesa Nacional da Missão Médica na Colômbia, entre 1° de janeiro e 30 de setembro de 2020, foram registrados 242 ataques contra profissionais, estabelecimentos e veículos de saúde, a cifra mais elevada já registrada nos últimos 24 anos. Em 52% dos casos, os supostos responsáveis pelas agressões foram pacientes, familiares ou membros da comunidade.

Seja quem for o atacante, quando os profissionais de saúde são agredidos, o mundo está de cabeça para baixo.

As ações violentas contra os profissionais e instalações de saúde se intensificaram no âmbito da pandemia de Covid-19. Também ocorreram novos eventos, como a estigmatização e a discriminação dos profissionais de saúde, a violação da confidencialidade dos pacientes e a obstrução da passagem de ambulâncias e material médico.

Do total de ataques registrados nos primeiros noves meses do ano, cerca de 40% se relacionam com o atual contexto da pandemia.

Juan Currea

Norte de Santander, Caquetá e Valle del Cauca são os departamentos com mais casos de agressões contra profissionais de saúde na Colômbia.

"O mundo está de cabeça para baixo" é uma campanha do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), da Cruz Vermelha Colombiana e da Cruz Vermelha Norueguesa, com o apoio do Ministério da Saúde e Proteção Social da Colômbia.

Agradecemos o apoio de outros parceiros, como o El Espectador, Casa Editorial El Tiempo, Caracol Radio, Caracol Televisión e JCDecaux, e à agência The Juju por seu trabalho de criação.

Contatos para a imprensa

  • Lorena Hoyos, coordenadora de relações públicas da Delegação do CICV na Colômbia

Tel: +57 310 221 81 33
E-mail: bhoyosgomez@icrc.org
  • Sergio Rojas, porta-voz da Cruz Vermelha Colombiana

Tel: +57 320 893 4751
Email: sergio.rojas@cruzrojacolombiana.org
Juan Currea

Apesar do conflito armado, 52% dos ataques contra os profissionais de saúde na Colômbia são perpetrados pela população civil.

Entre máscaras, aventais de proteção, muita vocação e coração, milhares de pessoas que trabalham em centros de saúde, clínicas e hospitais de cidades e comunidades rurais de toda a Colômbia foram as primeiras a ver as devastadoras consequências da pandemia de Covid-19 no país, que em menos de seis meses deixou mais de 17 mil mortos e 562 mil infectados.

Mas os profissionais de saúde também foram os primeiros a receber ataques, rejeição e discriminação, tanto no meio hospitalar como em supermercados, moradias e transporte público. Tudo isso em meio a um ambiente de desinformação criado pelas notícias falsas.

CICV

Em 2020, foi registrada a cifra mais alta de ataques contra profissionais de saúde na Colômbia nos 24 anos de monitoramento dessas agressões.

Notificação de casos

Se você foi vítima de qualquer tipo de agressão ao realizar seu trabalho de assistência à saúde, nós o/a convidamos a iniciar os seguintes passos para notificar os incidentes.

1. Informe seu caso à instituição de saúde.

2. As instituições de saúde devem informar os casos às Secretarias de Saúde e anexar este formulário de notificação.

3. As Secretarias de Saúde, juntamente com suas unidades departamentais da Missão Médica, têm a obrigação de gerar os alertas, prever as medidas iniciais de proteção às pessoas afetadas e realizar o acompanhamento.

4. Por sua vez, a Mesa Nacional da Missão Médica, que funciona no âmbito do Ministério da Saúde e é formada por diversas organizações, como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a Cruz Vermelha Colombiana, deverá adotar medidas posteriores de proteção, se houver necessidade, além de fornecer recomendações e realizar o acompanhamento correspondente.

242 ataques