Comunicado de imprensa

Cruz Vermelha/Crescente Vermelho denuncia violência contínua contra voluntários que trabalham para impedir disseminação do ebola

O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho está profundamente consternado com a contínua violência perpetrada contra os seus voluntários na Guiné. Devido ao medo e à desconfiança que envolve a doença transmitida pelo vírus ebola, a equipe e os voluntários da Cruz Vermelha foram regularmente atacados por comunidades assustadas.

O incidente mais recente aconteceu no domingo, 8 de fevereiro, na cidade de Forécariah, oeste da Guiné. Dois voluntários foram espancados quando tentavam realizar um enterro seguro e digno na comunidade. Em média, foram cometidos dez ataques por mês contra voluntários da Cruz Vermelha na Guiné no último mês de julho, que foram desde violência verbal a ataques físicos.

"Os voluntários da Cruz Vermelha na Guiné trabalham dia e noite para manter as comunidades em segurança", confirmou o presidente da Cruz Vermelha de Guiné, Youssouf Traoré. "Os atos de violência cometidos contra eles é completamente inaceitável".

Qualquer ação que obstrua o trabalho das pessoas que responde a epidemia de ebola impede que comunidades inteiras recebam a ajuda que precisam. Os enterros seguros são uma parte vital da resposta para diminuir o número de casos. Quando as equipes da Cruz Vermelha não têm acesso às comunidades e garantem que os sepultamentos sejam feitos de forma segura, comunidades inteiras são postas em risco.

"Enquanto as pessoas continuarem tendo uma ideia errônea sobre como o ebola se espalha – e continuarem impedindo os voluntários de fazerem o seu trabalho – não poderemos frear a doença", afirmou Traoré. "Podemos ter o equipamento médico que precisamos para atender as pessoas, mas até conseguir mudar a percepção que as pessoas têm da doença, ela não desaparecerá".

Desde o início do surto da doença, em março de 2014, a Cruz Vermelha da Guiné está envolvida ativamente em dissipar os rumores e os mitos sobre a doença. Usando diversos canais de comunicação, foi possível chegar a mais de um milhão de pessoas. Em consulta com as comunidades, líderes religiosos, famílias e pessoas, a Cruz Vermelha ajudou a encontrar formas alternativas e dignas para as famílias, amigos e comunidade para fazer uma homenagem aos mortos ao mesmo tempo em que reduz o risco de infecção. Ao trabalhar com os voluntários e usar o rádio e a televisão, a Cruz Vermelha compartilhou conhecimento, trabalhou o medo e reduziu o estigma.

"O envolvimento com a comunidade continua crucial se quisermos reduzir os casos a zero", contou Traoré. "As comunidades devem entender os riscos relacionados a essa doença e a contribuição positiva que os voluntários da Cruz Vermelha podem trazer para as sua segurança".

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a Cruz Vermelha da Guiné e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha fazem um apelo aos parceiros humanitários, governos e meios de comunicação para continuar difundindo mensagens sobre essa doença e como se manter seguro.

"Este não é o momento para ser complacente, nem para nos retirar. Agora é hora de seguir adiante, reduzir a zero e permanecer aí", declara Traoré.

Esta é uma declaração conjunta, publicada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e Cruz Vermelha da Guiné.

 


Mais informações:

Em Conakry

  • Youssouf Traoré, presidente, Cruz Vermelha da Guiné, celular: +224 622 302 322
  • Moustapha Diallo, delegado de comunicação, Federação Internacional, celular: +224 622 121 493, moustapha.diallo@ifrc.org
  • Barry Alpha Oumar, CICV, celular: +224 628 408 837, albarry@icrc.org

Em Addis Ababa/Nairobi

  • Katherine Mueller, gerente de comunicação, Federação Internacional, África, celular: +251 930 03 3413 ou +254 731 688 613, katherine.mueller@ifrc.org
  • Jason Straziuso, CICV, Nairobi, celular: +254 733 622 026, jstraziuso@icrc.org

Em Genebra

  • Nicole Robicheau, coordenadora global de comunicação sobre o ebola, Federação Internacional, celular: +41 79 124 41 26, nicole.robicheau@ifrc.org
  • Jean-Yves Clémenzo, CICV, Genebra, celular, jclemenzo@icrc.org