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Perguntas frequentes sobre o CICV e as pessoas mantidas reféns em Gaza

As famílias das pessoas que estão sendo mantidas reféns enfrentam um sofrimento inimaginável enquanto aguardam notícias dos seus entes queridos. Reconhecemos as suas expectativas e os pedidos de ajuda e compreendemos a frustração quando não conseguimos obter resultados imediatos.

Desde o primeiro dia, pedimos a libertação imediata de todas as pessoas que estão sendo mantidas reféns e o acesso a elas. Solicitamos continuamente informações sobre elas e sobre o seu estado de saúde atual. Não deixamos de fazer isso e continuaremos enquanto for preciso.

No entanto, o CICV não é quem decide nem garante as condições para concretizar esse acesso. Gostaríamos que isso estivesse em nossas mãos, mas não está. Facilitamos até agora diversas operações de libertação, e é um alívio que mais de 100 pessoas tenham se reencontrado com seus entes queridos. Mas isso não é suficiente. Temos confirmado em reiteradas ocasiões nossa disposição para facilitar a libertação de todos os reféns. Para isso, é necessário que as partes cheguem a um acordo. Do contrário, o CICV não pode agir.

Abaixo estão algumas respostas para perguntas frequentes que recebemos. Continuaremos atualizando este documento conforme necessário.

 

Para as famílias dos reféns, nossa linha direta está disponível.

Se estiver em Israel, ligue 03 524 5286 para contato em hebraico e inglês ou 08 283 2400 para contato em árabe.

Se estiver fora de Israel, ligue +972 3 5245286.

Tratamos cada caso individual com a máxima importância.

Você também pode encontrar aqui:
- Perguntas frequentes sobre o trabalho do CICV em Israel e nos territórios ocupados, disponível também em árabe e hebraico
- Informações para pessoas afetadas pelo conflito em Israel (em inglês e hebraico)
- Informações para pessoas afetadas pelo conflito em Gaza e Cisjordânia (em inglês e árabe)
- Nossos Fatos e números (em inglês) de 7 de novembro de 2023

O que o CICV está fazendo para ajudar os reféns?

Queremos que as famílias em Israel e no exterior saibam que a situação dos seus entes queridos mantidos reféns é uma das nossas maiores prioridades. Desde o primeiro dia, apelamos de maneira pública e sistemática para ter acesso a essas pessoas e para a sua libertação imediata.
• Intercedemos com persistência pelos reféns, dialogando de forma direta com o Hamas, com as autoridades israelenses e com atores que têm influência sobre as partes em conflito.
• Continuamos pedindo informações sobre os reféns e acesso a eles. Também continuamos solicitando que os reféns possam compartilhar uma mensagem com as suas famílias.
• Reiteramos que as pessoas que estão sendo mantidas reféns devem ser libertadas de maneira imediata e incondicional e, enquanto estiverem em cativeiro, devem ser tratadas com humanidade, ter acesso a cuidados médicos se necessário e poder entrar em contato com os seus entes queridos, e que devem ser libertadas sem danos.
• Facilitamos as libertações realizadas em novembro, quando 105 reféns foram libertados, e em outubro, quando quatro reféns foram libertados. Continuamos prontos para familitar a libertação de todos os outros reféns. 
Estamos em diálogo com autoridades do Hamas. Continuamos realizando reuniões com autoridades internacionais para transmitir a mensagem. Exigimos também que, pelo menos, os reféns recebam tratamento médico e que sejam transmitidas mensagens às suas famílias.
Reforçamos a nossa equipe responsável por este diálogo para intensificar os nossos esforços. As equipes em Gaza estão prontas para visitar as pessoas que estão sendo mantidas como reféns e facilitar qualquer libertação futura decorrente de um acordo alcançado entre as partes. Estamos fazendo todo o possível, tanto no âmbito público como no privado, para obter acesso aos reféns. Não podemos entrar à força. É responsabilidade das partes nos dar luz verde e o acesso que constantemente pedimos.

O CICV está exercendo pressão suficiente sobre o Hamas?

Desde o primeiro dia, intercedemos junto ao Hamas para que nos dê acesso aos reféns com quatro pedidos:
1. Libertação imediata de todos os reféns.
2. Informações sobre elas e o seu estado de saúde.
3. Acesso aos reféns, para garantir que sejam tratados com humanidade e dignidade, para verificar o seu estado de saúde e receber os cuidados médicos necessários. Alguns também podem precisar de tratamento urgente devido a condições de saúde preexistentes e potencialmente novas.
4. Envio de mensagens dos reféns para suas famílias.
Esse diálogo existe desde o início e continuaremos. Para construir e manter a confiança, operamos mediante um diálogo bilateral e confidencial.
As pessoas não nos verão na televisão ou nas redes sociais falando sobre esses diálogos. Pode parecer que estamos em silêncio, mas não estamos em silêncio onde mais importa. Graças a décadas de experiência, sabemos que não podemos ser frontais. Sabemos que a melhor maneira de influenciar a mudança é manter um perfil baixo e advogar pelos melhores interesses para quem queremos ajudar de forma discreta e direta com quem tem poder de influenciar e fazer a diferença.

O CICV teve alguma comunicação com o Hamas sobre o número, identidade ou condição de alguma das pessoas mantidas reféns?

Dialogamos com o Hamas e com as autoridades israelenses sobre esta questão. O conteúdo destas conversas é confidencial – assim como o nosso enfoque em nível global –, mas o que podemos afirmar é que estamos prontos para agir como intermediário neutro para realizar visitas humanitárias, facilitar a comunicação entre as pessoas mantidas reféns e seus familiares, e facilitar qualquer libertação. 

Quem conduz as negociações e cuida das necessidades dos reféns em termos de medicamentos, tratamento médico e alimentação?

A parte que mantém as pessoas como reféns é responsável pela sua saúde e segurança e deve tratá-las com humanidade e dignidade. Apelamos sistematicamente ao acesso a essas pessoas para verificar o seu estado de saúde e prestar todo o apoio necessário. Pedimos desde o primeiro dia, de maneira privada, pela sua libertação e bem-estar.
É importante destacar, que, ao contrário do que muitos poderiam esperar, não é tarefa do CICV participar de negociações. As negociações devem ser realizadas pelas partes em conflito, juntamente com outros atores que podem dar apoio. Além disso, o CICV não decide quem será libertado e nem sob quais condições. Pedimos a libertação de todos os reféns.
Até que isso ocorra, estamos prontos para ajudar os reféns de todas as formas possíveis, seja visitando-os pessoalmente para verificar seu estado de saúde ou entregando medicamentos pessoais. Esperamos ansiosamente ajudar na troca de mensagens entre os reféns e os seus familiares e, claro, estamos prontos para facilitar a sua libertação. No entanto, precisamos que todos os atores que possam influenciar a situação nos ajudem a promover os objetivos humanitários entre todas as partes.

Quem conduziu as negociações para a libertação dos reféns que foram libertados?

O CICV não é um negociador. Somos uma organização humanitária neutra e imparcial e não participamos de quaisquer negociações ou discussões políticas entre as partes. O nosso papel é apoiar a libertação das pessoas que estão sendo mantidas reféns e lembrar ambas as partes das suas obrigações segundo o Direito Internacional Humanitário (DIH). Estamos prontos para apoiar qualquer libertação adicional de reféns a qualquer momento, e o nosso papel como intermediário neutro é puramente humanitário.

O que o CICV faz exatamente ao conduzir uma operação como a libertação de reféns?

Uma vez alcançado um acordo, nosso papel é receber e levar as pessoas que estavam sendo mantidas reféns em segurança para fora da Faixa de Gaza até um local previamente acordado.

Até que ponto o CICV mantém contato com as famílias dos reféns?

Desde 7 de outubro, recebemos muitas perguntas de pessoas em Israel e no exterior, desesperadas por saber como estão os seus familiares desaparecidos. Nossa presidente, Mirjana Spoljaric, reuniu-se diversas vezes com representantes das famílias, e a nossa chefe de delegação em Israel recebeu os representantes e as famílias. Disponibilizamos uma linha direta para as famílias e em diversas oportunidades nos encontramos com várias dessas famílias.
Realizamos reuniões com diferentes agências em Israel, proporcionando apoio mental às vítimas dos ataques de 7 de outubro e oferecendo assessoria e experiência no tratamento de pessoas afetadas por conflitos armados. Também contatamos embaixadas cujos cidadãos são mantidos reféns para lhes dar informações pertinentes. 

Por que o CICV não aceita medicamentos oferecidos pelas famílias para serem entregues aos reféns?

Pedimos sistematicamente o acesso às pessoas mantidas reféns para verificar as suas condições de saúde e garantir que recebem a assistência humanitária necessária. Esta é a nossa prioridade. Estamos prontos para prestar a ajuda fundamental, incluindo apoio em termos de saúde, às pessoas que estão sendo mantidas como reféns, mas primeiro precisamos ter acesso a elas. 

O que o CICV tem a dizer sobre as manifestações que pedem à organização que aja em favor dos reféns?

Compreendemos a frustração das famílias e da população de Israel. Nos reunimos com muitos familiares e entendemos que cada indivíduo é um mundo em si. Também nos reunimos com os organizadores dessas manifestações para ouvir as suas preocupações e perguntas, e informar sobre os esforços do CICV.
Nossa posição é clara: a tomada de reféns é estritamente proibida segundo o DIH, e todos os reféns devem ser libertados imediatamente. Persistiremos trabalhando em benefício de todas elas e das suas famílias.

Por que o CICV não condena publicamente o Hamas por manter todas essas pessoas reféns?

Nosso objetivo é trazer as pessoas que estão sendo mantidas reféns de volta aos seus familiares e ter acesso a elas. Afirmamos sistematicamente que a tomada de reféns está proibida segundo o Direito Internacional Humanitário (DIH) e que essas pessoas devem ser libertadas imediatamente. Não somos uma organização focada na denúncia. Anos de experiência dialogando com as partes em conflito e grupos armados não estatais provaram que o nosso enfoque bilateral para levantar questões preocupantes é importante para alcançar resultados.

Por que o CICV está em silêncio sobre os reféns?

Não estamos em silêncio. Desde o primeiro dia, temos sido muito firmes no nosso apelo público para a libertação de todos os reféns. Publicamos dezenas de declarações onde isso foi comunicado publicamente. Nossa presidente reuniu-se com familiares dos reféns e pediu publicamente a sua libertação. Também defendemos os reféns no diálogo bilateral com aqueles que têm influência para fazer a diferença.

Um familiar meu foi feito refém durante a escalada da violência. O CICV pode ajudar? Como devo entrar em contato com a organização?

Sabemos que sua situação atual é extremamente angustiante. Você não está sozinho. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) está fazendo o possível para ajudar as pessoas afetadas por esta situação. Apesar das difíceis condições de segurança, as nossas equipas estão a trabalhar 24 horas por dia para ajudar o maior número de pessoas possível.
Desde o início das hostilidades, em 7 de outubro, temos recebido muitas perguntas de pessoas em Israel, Gaza e outros lugares desesperadas para saber a sorte de seus familiares desaparecidos.
Compreendemos o quão devastador é para as famílias não saberem o destino dos seus entes queridos. Dentro do mandato e das capacidades do CICV, estamos prontos para fazer tudo o que pudermos para ajudar. Sabemos que muitas pessoas estão tentando se reconectar durante esta difícil situação. Atualmente estamos recebendo um grande número de chamadas. Continue tentando ligar para os números abaixo. Estamos trabalhando para responder a todas as ligações.
Para contato em hebraico e inglês, ligue para 03 524 5286.
Para contato em árabe, ligue para 08 283 2400.
Se estiver fora de Israel, ligue para + 972 3 5245286.