Comunicado de imprensa

Terminar com o Ebola requer recursos incessantes e “as palavras certas”

A epidemia do Ebola no oeste da África, que afetou milhares de pessoas e deixou profundas cicatrizes em comunidades e países inteiros, confirmava-se há um ano. O Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho afirma que a complacência e o silêncio são agora os piores inimigos no combate da doença e lança, hoje, uma campanha internacional de conscientização concentrada no uso das "palavras certas" para ajudar a terminar com a doença.

Os objetivos da campanha Palavras contra o Ebola são a promoção do conhecimento, a conscientização, o alívio do medo, a superação da complacência e a criação de uma comunidade de apoio global para levar o número de casos do Ebola a zero.

Apenas os equipamentos médicos não são suficientes. As práticas devem mudar e as palavras são a melhor maneira para isso. Porém, serão necessários tempo e compromisso inabalável.

É preciso que o ímpeto perdure

Funcionários do alto escalão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), com sede em Genebra, e da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho fazem um apelo para que o ímpeto do combate ao Ebola perdure, de modo a garantir que as populações no oeste da África não sejam abandonadas.

"Estamos diante de dois caminhos opostos", declara o diretor-geral do CICV, Yves Daccord. "Um que podemos tomar é o da solidariedade internacional sustentada e de ainda mais heroísmo dos voluntários e profissionais de saúde locais. Assim chegaremos a zerar o número de casos, teremos sistemas de saúde mais robustos e conseguiremos a recuperação das feridas infligidas pelo Ebola nas comunidades".

"Mas, se tomarmos o caminho da complacência ou fatiga, vamos nos deparar com um desastre silencioso, fazendo com que o acesso às comunidades seja muito mais difícil e ameaçando não só a recuperação, mas também o progresso que já alcançamos", alerta.

Juntos podemos frear o Ebola

A campanha "Palavras Contra o Ebola" está sendo lançada em eventos paralelos na Europa e oeste da África.

"Deixem-nos usar o poder das palavras para retificar equívocos, promover o diálogo, curar, reconciliar e engajar-nos para superar a resistência, facilitar a mudança de comportamento e, por fim, zerar o número de casos", declara o secretário-geral da Federação, Elhadj As Sy.

Um dos fatores mais importantes para a diminuição de casos, no último ano, foi a redução de práticas não seguras de sepultamento, durante as quais os cadáveres - ainda contagiosos - são manuseados por parentes em luto. Em alguns lugares, entretanto, continuam práticas pouco seguras.

Os três países mais afetados pelo Ebola – Guiné, Libéria e Serra Leoa – ainda informam que há resistência por parte das comunidades de cooperar com as medidas de saúde pública, havendo até violência contra os profissionais.

Elhadj As Sy afirma que "as nossas palavras e ações farão a diferença. Abrirão o caminho de volta à confiança e à resiliência. São palavras para romper com o estigma contra os profissionais da assistência à saúde e sobreviventes, palavras para educar as comunidades sobre a prevenção, palavras de solidariedade do mundo todo para dizer às pessoas e comunidades afetadas: não vamos abandonar vocês, juntos podemos vencer o Ebola".

Notas aos editores:

  • Mais informações sobre a campanha Palavras Contra o Ebola: http://www.wordsagainstebola.org.
  • Há um ano, a OMS anunciou publicamente pela primeira vez a epidemia do Ebola na Guiné. Os resultados que confirmavam a doença foram recebidos no Instituto Pasteur de Lyon, em 22 de março de 2014, e os casos suspeitos e mortes vinham se acumulando na Guiné desde dezembro de 2013.
  • A Federação Internacional tem programas de resposta e preparação para o Ebola em 16 países africanos. Devido aos conflitos passados, o CICV tem uma presença de longa data na região, sobretudo na Libéria e Guiné. A Federação Internacional atualmente administra seis apelos de fundos para a sua resposta ao Ebola. Juntos, representam mais de cem milhões de francos suíços, destinados a 39 milhões de pessoas.
  • Desde o início da emergência, as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho realizaram sepultamentos de modo seguro e digno para mais de 15 mil pessoas. Estabeleceram três centros de tratamento do Ebola (um na Guiné e dois em Serra Leoa), realizaram buscas de parentes, prestaram apoio psicossocial e promoveram mobilização social nos três países mais afetados.
  • No total, 39 Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, muitas do continente africano, participaram da resposta.
  • Algumas das primeiras pessoas a responder à crise foram os voluntários da Cruz Vermelha que vivem nas comunidades afetadas.
  • Somente na última semana, mais de 4,5 mil voluntários da Cruz Vermelha estiveram ativos nos três países, junto com as autoridades locais e agências internacionais.

Mais informações:

Em Genebra

  • Benoît Carpentier, Líder da Equipe da Federação Internacional para Comunicação Pública
    Celular: +41 79 213 2413, e-mail:  benoit.carpentier@ifrc.org
  • Claire Kaplun, Relações Públicas do CICV,
    Celular: +41 79 244 6405, e-mail: ckaplun@icrc.org

Em Acra

  • Corinne Ambler, Coordenadora Regional de Comunicação – Resposta ao Ebola
    Celular: +233 266 444 374, e-mail: corinne.ambler@ifrc.org

Em Dacar

  • Nicole Robicheau, Coordenador Global de Comunicação, Unidade de Coordenação e Apoio com Relação ao Ebola,
    Celular: +41 79 24 4126, e-mail:  nicole.robicheau@ifrc.org

Em Addis Ababa

  • Katherine Mueller, Gerente de Comunicação, FICV África
    Celular: +254 731 688 613 ou +251 930 03 3413, e-mail:  katherine.mueller@ifrc.org