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Brasil: Acesso Mais Seguro em ação – reunião nacional da rede

Gestores municipais de cinco capitais brasileiras compartilham experiências e traçam objetivos para o futuro

"Estamos muito satisfeitos com todo o esforço dos nossos parceiros e o que eles têm alcançado. As expectativas para 2019 são bastante ambiciosas, mas creio que realistas. Temos certeza que vamos avançar na consolidação do trabalho em rede e no estabelecimento de novas parcerias estaduais e também federais". Assim avaliou o chefe adjunto da Delegação Regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Filipe Costa, o 4º Encontro Anual da Rede Acesso Mais Seguro, realizado em Brasília nos dias 11 e 12 de dezembro.

O evento reuniu cerca de 50 gestores municipais de cinco cidades brasileiras e representantes do CICV para compartilhar experiências e traçar objetivos para o futuro quanto à aplicação da metodologia do Acesso Mais Seguro para Serviços Públicos Essenciais (AMS).

Parceiros de Duque de Caxias (RJ), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ) apresentaram o que foi realizado ao longo de 2018 a fim de trocar vivências e relatar expectativas e desafios na Saúde, Educação e Assistência Social, entre outros.

Rede de proteção em Fortaleza

Assinado em abril de 2018, o acordo de cooperação do CICV para implementação do AMS em Fortaleza já começa a dar frutos. A técnica de Ensino da Secretaria Municipal da capital cearense Camila Brady acredita que, com a metodologia, já é possível perceber mudanças no comportamento da comunidade escolar nos estabelecimentos que estão sendo treinadas. "Estamos trazendo isso não só para a linha de trabalho, mas também para a nossa vida. Estamos criando uma rede de proteção", afirma. Camila e Rosana Leite apresentaram o trabalho em 13 unidades escolares da cidade.

Para Jéssica Santana, que atua na Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Juventude pela Rede Cuca, o encontro foi importante para conhecer experiências de gestores que aplicam o AMS em contextos diferentes. "É muito fortalecedor. Você encontra possibilidades de intervenção e atuação que podemos adaptar para a nossa realidade. A serenidade de trabalhar de uma forma segura é nítida", elogia.. Representantes da Saúde e Assistência Social de Fotaleza também participaram do encontro.

Metodologia que funciona

Mesmo para os gestores que aplicam a metodologia há mais tempo, como é o caso de Aura Liane P. Sousa, assessora da secretária municipal de Educação do Rio, o encontro foi importante para observar situações paralelas. "Nós saímos estimulados. Esse momento é muito bom também como estímulo para outras pessoas que estão iniciando o processo e provar que realmente funciona", considera.

Efeitos em Porto Alegre

Na capital do Rio Grande do Sul, 2.860 trabalhadores da Atenção Primária já foram capacitados pelo AMS. O convênio com o CICV tem o objetivo de facilitar o desenvolvimento e a implementação da metodologia por meio das parcerias com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Secretaria Municipal de Educação (Smed) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Liliane Maria dos Santos é integrante do Grupo de Suporte Central. Ela explica que a ferramenta do AMS em Porto Alegre incide na organização e nos processos de trabalho dos funcionários envolvidos. "É uma ferramenta que, para as unidades da Atenção Primária, contribui no processo da redução da exposição ao risco de violência. A partir da metodologia, as unidades têm autonomia na decisão, o que produz nos trabalhadores uma outra forma de se relacionar com essa questão".

As equipes treinadas na cidade relatam que já tinham uma forma de responder aos eventos de violência, mas, com o AMS, há uma maior organização e agilidade na resposta às crises, sem se colocar em risco.

Sobre o AMS

O Acesso Mais Seguro é uma metodologia para reduzir, mitigar e responder às consequências da exposição da população a contextos de violência armada.

O AMS e foi adaptado a partir dos protocolos de segurança do CICV, elaborados a partir da ampla experiência de trabalho em contextos de conflito e violência armada da organização e está em conformidade com as políticas e diretrizes da norma internacional ISO 31000