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CICV e Cruz Vermelha da Etiópia ajudam repatriados com atividades de geração de renda

Hiywot Gebreegziabher, uma etíope de 40 anos, regressou à sua casa em 2017 após viver como refugiada na Eritreia por muitos anos. Quando chegou à cidade de Mekelle, no norte da Etiópia, ela ficou preocupada por não ter meios para sustentar a si própria e a sua filha pequena. Por isso, teve que morar na casa de uma prima. Felizmente para Hiywot, essa situação de dependência não durou muito: ela logo pôde participar de uma atividade de geração de renda com o apoio que recebeu do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e da Cruz Vermelha da Etiópia.

Em 2018, o CICV lhe forneceu uma máquina de costura com acessórios. Hiywot então começou a costurar vestimentas religiosas, um ofício que, segundo ela, tornou-se um negócio lucrativo.

"Além de me tornar autossuficiente, também pude matricular a minha filha em uma escola privada, algo que antes era impensável para mim", afirma. Seu salário líquido mensal é de 3 mil birr (24 dólares).

Cerca de 1.250 retornados etíopes, a maioria residentes em Mekelle, recebem ajuda financeira do CICV e da Cruz Vermelha da Etiópia desde 2012. Em 2017, o CICV lançou iniciativas microeconômicas para famílias repatriadas na cidade. Hiywot é uma das pessoas que se beneficiaram da assistência.

"O objetivo do projeto é ajudar os retornados a se tornarem autossuficientes, participando de vários pequenos negócios à sua escolha", afirma Khurshed Musoyatov, funcionário do CICV. "Mais de 200 pessoas já receberam esse apoio desde 2017."

Outro beneficiário do projeto é Filmon Gbreegziabher, de 26 anos, que sustenta três familiares. Ele realiza atividades de carpintaria desde 2018, quando regressou da Eritreia.

"A máquina de cortar madeira e outras ferramentas necessárias, que recebi do CICV e da Cruz Vermelha da Etiópia, serviram como sementes para eu começar o meu negócio", diz Filmon, que fabrica sofás, camas e outros produtos de madeira. Segundo ele, a abertura da fronteira entre a Etiópia e a Eritreia aumentou a demanda desses artigos, permitindo que expandisse a sua pequena empresa. "Tenho agora oito pessoas trabalhando para mim", afirma.

Gebregiorgis Berihu, também repatriado, diz: "Valorizo os esforços da Cruz Vermelha, que me proporcionou uma máquina de lavar roupa e outras ferramentas. Agora posso gerar uma renda modesta, suficiente para sustentar a minha família."

Gebregiorgis conversa com uma funcionária do CICV sobre o seu negócio em Mekelle. CC BY-NC-ND / CICV / Khurshed Musoyatov

O CICV, em parceria com a Cruz Vermelha da Etiópia, ajuda as pessoas afetadas por conflitos armados e outras situações de violência. Também mantém um diálogo com as autoridades para sensibilizá-las sobre as necessidades dos deslocados, ressaltando a importância de proteger os centros de saúde e permitir a circulação de ambulâncias que transportam doentes e feridos.