Conflito na Ucrânia: famílias de prisioneiros de guerra precisam de respostas sobre entes queridos

As visitas feitas a prisioneiros de guerra de todos os lados nos últimos meses permitiram que o CICV informasse centenas de famílias sobre seus entes queridos. Muitas outras famílias precisam de respostas; o CICV deve ter acesso total aos prisioneiros de guerra e às pessoas civis internadas, onde quer que estejam detidos, a fim de fornecer essas respostas.

Os Estados que concordaram com as Convenções de Genebra se comprometeram a proteger a vida e a dignidade das pessoas privadas de liberdade durante conflitos armados. Todas as partes em conflito se beneficiam das visitas do CICV a prisioneiros de guerra e pessoas civis internadas, são uma atividade humanitária fundamental e uma obrigação legal", disse o presidente do CICV, Peter Maurer.

As Convenções de Genebra, bem como o Direito Internacional Humanitário (DIH), especificam que o CICV tem o direito de visitar todos os prisioneiros de guerra e as pessoas civis internadas, onde quer que estejam detidos, durante conflitos armados internacionais. Essas visitas ajudam a garantir o respeito por sua vida e dignidade, lembrando às autoridades que o tratamento das pessoas detidas e as condições de internamento ou detenção devem respeitar as normas estabelecidas pelo DIH. Isso inclui acesso a assistência médica, alimentos e água. Essas pessoas também não podem ser torturadas, intimidadas nem expostas à violência. Além disso, devem ser protegidas da curiosidade pública.

"Esta é a ideia fundamental de proteger o indivíduo preso no mecanismo do conflito, que é uma pessoa que precisa ser tratada com humanidade e que tem uma família profundamente preocupada com seu ente querido", disse a chefe da Agência Central de Busca do CICV, Florence Anselmo.

A Agência Central de Busca (ACB), que recebe informações de registro das visitas e diretamente das autoridades, forneceu a centenas de famílias de todos os lados informações sobre seus entes queridos desaparecidos desde o início do conflito armado internacional na Ucrânia.

"Em nome de todos os prisioneiros de guerra e de seus familiares, daremos continuidade a nosso diálogo bilateral com uma determinação inabalável para obter acesso a todas as pessoas que estiverem cativas", disse Maurer.

Observações para editores e produtores:

1. Famílias que estejam procurando informações sobre familiares desaparecidos podem entrar em contato com a ACB do CICV por e-mail (ctabureau@icrc.org) ou por telefone (+41 22 730 3600 | +7495 626 54 26 | +380 800 300 155)
2. Grande parte do trabalho do CICV com prisioneiros de guerra é confidencial e é tratada em nosso diálogo bilateral com cada uma das partes. Não divulgamos publicamente informações sobre casos específicos nem sobre as condições gerais e o tratamento. Não estamos divulgando publicamente o número de prisioneiros de guerra que visitamos nem o número de nomes nas listas que são compartilhadas conosco pelas partes em conflito.
3. Um dos programas mais antigos do CICV, a Agência Central de Busca (ACB), está consagrada nas Convenções de Genebra. Existente desde 1870, a ACB está hoje no centro dos esforços do CICV em todo o mundo para proteger e manter laços familiares, procurar e identificar pessoas desaparecidas, proteger a dignidade dos mortos e garantir que as necessidades das famílias das pessoas desaparecidas sejam atendidas.
4. Criado em 1863, o CICV opera no mundo inteiro, ajudando pessoas afetadas por conflitos e violência armada e divulgando as leis que protegem as vítimas da guerra. É uma organização independente, neutra e imparcial, cuja missão deriva das Convenções de Genebra de 1949. Com sede em Genebra, na Suíça, o CICV trabalha em mais de 100 países.
5. O CICV trabalha na Ucrânia desde 2014 com uma equipe de mais de 600 colaboradores. Com a Cruz Vermelha Ucraniana e parceiros do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, o CICV está intensificando a resposta às necessidades humanitárias no país.