Artigo

Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas 2022: inspirando e conectando o mundo através da música

No Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, 30 de agosto, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) ressalta a importância de unir esforços para esclarecer o que aconteceu com milhares de pessoas desaparecidas ao redor do mundo. Por meio de um vídeo produzido em parceria com o projeto Playing For Change, que contou com a participação de mais de 40 músicos de todos os continentes, a organização também presta homenagem às famílias das pessoas desaparecidas. (Foto: Camila de Almeida)

CICV — Genebra e Brasília, 30 de agosto de 2022

Todos os anos, milhares de pessoas desaparecem ao redor do mundo por diversas circunstâncias, incluindo conflitos armados, violência, desastres naturais e incidentes em rotas migratórias. No Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, celebrado anualmente no dia 30 de agosto, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e o projeto Playing For Change lançam uma campanha para ressaltar a necessidade de se acompanhar os familiares de pessoas desaparecidas e de dar uma resposta àqueles que continuam em busca de seus entes queridos. A peça principal da campanha é um videoclipe em que artistas de todos os continentes colocam seu talento em ação para chamar a atenção para essa problemática global que afeta milhares de pessoas que convivem diariamente com a angústia e a necessidade de saber.

"Os familiares nunca deixam de procurar seus entes queridos. É importante continuar prestando apoio a eles e, para isso, são necessárias uma vontade política genuína e uma coordenação entre todas as partes interessadas. Dessa forma, poderemos atender às diversas necessidades das famílias e prestar apoio econômico e emocional a elas para o processo de busca, assim como acompanhamento psicossocial, por exemplo", afirma Susana López, Assessora Regional de Restabelecimento de Laços Familiares e Pessoas Desaparecidas do CICV para as Américas.

No mundo inteiro, milhares de familiares de pessoas desaparecidas continuam procurando seus entes queridos e se apoiando mutuamente nessa empreitada. Muitos deles inclusive diversificaram os métodos de busca de forma a contemplar os meios virtuais e as redes sociais, por exemplo.

Até conseguirem obter uma resposta definitiva, a busca dos familiares não cessará. Carmen Murtiola, da Venezuela, não sabe do paradeiro de seu filho Juan e assegura: "Eu não me dou por vencida. Nós nos lembramos dele todos os dias, e não só no dia do seu aniversário. Todos os dias. Por qualquer coisa que ele fazia, que ele dizia, porque ele era muito perspicaz. Pensamos nele o tempo todo." Já a brasileira Girlliany Costa, que está há anos esperando que seu filho Francisco Douglas apareça, assegura: "Nunca vou parar de procurá-lo. Enquanto estiver viva nesta Terra, vou procurar o meu filho. Não vou desistir. Muitas coisas mudaramna nossa família depois do desaparecimento. Porque achamos que nunca vai acontecer com a gente e, no dia que acontece, você só sente desespero."

O trabalho do CICV na América Latina

Na América Latina, o CICV presta apoio aos familiares de pessoas desaparecidas no Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru e Venezuela. O CICV reconhece que, assim como as pessoas que desaparecem, os familiares delas também são fortemente afetados pelo desaparecimento e precisam que suas necessidades específicas sejam atendidas. As famílias sofrem diversas consequências emocionais e psicossociais, muitas vezes agravadas por obstáculos jurídicos e econômicos. O CICV trabalha para fortalecer a capacidade das autoridades estatais de responder a essas necessidades e para promover a adoção de políticas que contribuam para a busca de pessoas desaparecidas, para a proteção de suas famílias e para a preservação da dignidade das pessoas falecidas. Descobrir a sorte e o paradeiro das pessoas desaparecidas é um desafio diário que depende da existência de mecanismos eficazes e coordenados de busca, assim como de processos forenses de qualidade.

Parceria com o Playing For Change

Em homenagem ao Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, o CICV produziu um videoclipe em parceria com o Playing For Change. Mais de 40 músicos do mundo inteiro contribuíram com seu talento para fazer uma gravação conjunta da canção "I Still Haven't Found What I'm Looking For", da banda U2, e com isso dizer aos familiares das pessoas desaparecidas que eles não estão sozinhos e que merecem ter uma resposta.

"Este é o vídeo mais importante que já fizemos porque ele nos conecta com as raízes da nossa humanidade e pergunta diretamente em que tipo de mundo queremos viver. Uma coisa que aprendemos é que uma música pode mudar o mundo, porque é através da união que mudamos o mundo. Quando sentimos algo assim, temos o poder de agir para tornar isso uma realidade", explica Mark Johnson, cofundador do Playing For Change.

O vídeo contou com a participação generosa de cantores e músicos como Paulo Heman e Marfa Kurakina, do Brasil, Daniel Lanois, do Canadá, Roopak Naigaonkar e Tushar Lall, da Índia, Roberto Luti, da Itália, Sherieta Lewis e Roselyn Williams, da Jamaica, o coro Amaan, da Jordânia, Kátsica Mayoral, do México, o Sosha Choir, da África do Sul, John Cruz, Olivia Ruff, Michael Ruff, Glen David Andrews Band e Chris Pierce, dos Estados Unidos, e Louise Mhlanga, do Zimbábue.

"Juntos, e através da música, queremos expressar a nossa solidariedade por aqueles que enfrentam a tragédia profunda e universal de não saber o que aconteceu com um parente desaparecido. Os familiares das pessoas desaparecidas não vão parar de buscá-las, nem nós de ajudá-los", afirma Guillermo Schulmeier, chefe do Centro Regional de Comunicação do CICV para as Américas em Buenos Aires.

Saiba mais sobre a problemática do desaparecimento de pessoas no Brasil e no mundo

Assista ao vídeo com a nossa homenagem aos familiares das pessoas desaparecidas no YouTube.

Siga-nos e abrace essa causa no Twitter, no Facebook e no Instagram.

Contatos para a imprensa na América Latina:

Brasil: Sandra Lefcovich, CICV, Brasília: +55 61 98175 1599 slefcovich@icrc.org
México e América Central: Ana Lagner, CICV, Cidade do México, +52 55 80129614, olangnerleyva@icrc.org
Panamá: Crystal Madrid, CICV, Cidade do Panamá, +507 62625610, cmadridcaballero@icrc.org
Colômbia: Lorena Hoyos, CICV, Bogotá, +57 3102218133, bhoyosgomez@icrc.org
Peru: Dafne Martos, CICV, Lima: +51 997 560 240, amartoscastaeda@icrc.org