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Guiné-Bissau: CICV encerra missão no país, mas continuará as suas atividades a partir da Delegação Regional de Dakar

A organização, que começou a trabalhar em Guiné-Bissau durante a guerra civil de 1998-1999, continuará a desenvolver as suas atividades clássicas, como o Restabelecimento de Laços Familiares (RLF) e a promoção do Direito Internacional Humanitário (DIH), em cooperação com a Sociedade Nacional da Cruz Vermelha da Guiné-Bissau.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) veio a Guiné-Bissau durante a guerra civil de 1998-1999 para aliviar o sofrimento das populações afetadas pelo conflito.

De acordo com sua missão humanitária de proteger e assistir as pessoas afetadas por conflitos armados ou outras situações de violência, o CICV realizou uma série de atividades no país:

1. No domínio de proteção, o CICV visitou as pessoas detidas em decorrência do conflito; reabilitou locais de detenção para melhorar as condições de vida dos detidos e facilitou a reunificação de pessoas separadas das suas famílias como resultado da guerra civil.

2. Em termos de promoção do respeito ao Direito Internacional Humanitário (DIH), o CICV realizou atividades de sensibilização e de formação em DIH a favor das Forças Armadas da Guiné-Bissau e as da ECOMIB.

3. Em relação à assistência, o CICV distribuiu alimentos e utensílios necessários à vida das pessoas afetadas pelo conflito armado; poços foram escavados para facilitar o acesso à água potável àqueles que fugiram do conflito; apoiou na reparação e funcionamento do hospital de São Domingo e do Centro de Reabilitação Motora de Quelélé (CRM).

4. No que concerne à Cooperação, o CICV está trabalhando com a Sociedade Nacional para fortalecer suas capacidades de resposta humanitária no país.

Para mais detalhes, consulte os fatos e números.

Infelizmente, não sendo o CICV uma organização de desenvolvimento, teria que deixar o país um dia. Assim, foi decidido em 2020, por razões organizacionais relacionadas com o seu mandato, encerrar a sua Missão em Bissau. Isso não significa que o CICV não realizará mais atividades na Guiné-Bissau. Continuará a desenvolver as suas atividades clássicas como a Proteção, em particular o Restabelecimento de Laços Familiares (RLF), a promoção do Direito Internacional Humanitário, através da formação e sensibilização a favor dos militares e da cooperação com a Sociedade Nacional da Cruz Vermelha da Guiné-Bissau.

O que vai mudar a partir de 2022 é que o CICV não terá mais representação oficial no país. No entanto, haverá uma antena (constituída por alguns funcionários do CICV) sediada na Cruz Vermelha da Guiné-Bissau que garantirá a saída definitiva do país, prevista para o final de 2022.

As intervenções na Guiné-Bissau serão feitas a partir de Dakar, como é atualmente o caso na Gâmbia ou em Cabo Verde. Nesses dois países, o CICV realiza suas atividades a partir da Delegação Regional de Dakar.

O CICV, através desta conferência de imprensa, gostaria de assegurar às autoridades civis e militares e à opinião pública que, apesar do encerramento da sua Missão, continuará as suas atividades relevantes no país, em conformidade com o acordo de sede que o liga ao Estado da Guiné-Bissau.
Finalmente, o CICV aproveita a oportunidade para agradecer as autoridades civis e militares por todo o apoio que deram à instituição desde a abertura de sua representação no país em 1998.

Obrigado.