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Guiné-Bissau: comemoração do Dia Internacional de Pessoas com Deficiências

Para celebrar o dia internacional de pessoas com dificiência e comemorar os 20 anos do tratado de Ottawa, a Missão do CICV em Bissau organizou no dia 13 de Dezembro, no Centro Cultural Francês, uma jornada de reflexão intitulada "um longo caminho rumo a um mundo sem minas".

Mais de 100 pessoas entre elas representantes do Governo ( Primatura, Ministério da Defesa, do Interior, dos Negócios Estrangeiros, das Finanças, da Solidariedade Social etc...), corpos diplomáticos, organizações internacionais e ONGs que trabalham com pessoas com dificiências, participaram nesta actividade efectuada pelo CICV e apoiada pelo Ministério dos Combatentes de Liberdade da Pátria.

O presidente da Federação de Esportes de Pessoas com Deficiências recebe do CICV uma doação de cadeiras de rodas. CC BY-NC-ND / CICV /Ana Lucia Costa Rodirgues.

O CICV trouxe à memoria as consequências humanitárias de utilização de minas nos conflitos, e o conteúdo da Convenção da Ottawa (nomeadamente as obrigações que incumbem os Estados Partes), e os desafios que persistem 20 anos depois. O Secretário Geral do Ministério dos Combatentes explicou que durante a longa guerra de libertação, mas também durante a guerra civil de 1998-1999, numerosas minas (+ de 20.000) foram enterradas em todo o território, sem mapeamento. O Ministério estima que o trabalho de desminagem feito de 2000 à 2012 foi inconclusivo, e foi um erro declarar em 2012 a Guiné-Bissau "livre de minas".

Joao Kennedy de Pina Araujo, Diretor do Centro de Reabilitação Física de Bissau com um paciente. CC BY-NC-ND / CICV / José Cendon.

HUNMAID crê que as minas continuam a ser um problema no país, e que acidentes recorrentes foram registados (último acidente aconteceu em Biambé em 2016). Da sua parte, o Centro de Reabilitação  apresentou o apoio (material, finaceiro e técnico) que o CICV lhe presta permitindo-lhe oferecer um serviço de qualidade às pessoas com dificiência em geral, e de forma espcífica às vítimas de minas. Entre 2016 e 2017, mais de 85 vítimas de minas provinientes de Casamance beneficiaram de aparelhos ortopédicos produzidos no Centro.