Israel: acesso à assistência à saúde é inegociável

Jerusalém (CICV): O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) está preocupado com as dificuldades enfrentadas pelos hospitais para prestar serviços de saúde devido à presente situação.

Uma série de incidentes nos últimos dias está impactando o atendimento e o bem estar dos pacientes, impedindo a capacidade dos profissionais do hospital de prestar os serviços tão necessários.

O Hospital de Makassed, que opera o maior Departamento de Emergências em Jerusalém Oriental, observou diversas vezes o ingresso dos Serviços de Segurança de Israel nas suas dependências nos últimos dias.

"As tensões realmente aumentaram ontem, quando cerca de 40 policiais armados ingressaram no Hospital de Makassed e interromperam o atendimento por mais de uma hora. Vários dos nossos funcionários não puderam retornar para cuidar dos seus pacientes, alguns deles em estado crítico", afirmou o Dr. Rafiq Husseini, diretor do hospital. "Esta é a primeira vez que o hospital se depara com uma situação como esta", acrescentou. "Está se tornando extremamente difícil administrar um hospital nessas condições".

O último incidente ocorreu hoje. Um impasse entre os funcionários do hospital e as forças de segurança que tentavam ingressar de novo no hospital culminou com o uso de gás lacrimogênico e balas de borracha, ferindo um paciente e um dos profissionais.

"Estive presente com uma equipe do CICV", declarou o chefe da missão do CICV em Jerusalém, Christian Cardon. "Contatei imediatamente as Forças de Seguranças de Israel para conter e evitar uma maior escalada da situação".

As medidas de segurança legítimas durante a aplicação da lei devem ser adaptadas para assegurar o acesso adequado ao atendimento médico e não interromper os serviços de saúde ou ter efeito intimidador ou ameaçador para os funcionários e pacientes.

"Reconhecemos os desafios que as autoridades enfrentam dada a situação atual, mas fazemos um apelo para garantir que os prestadores de assistência à saúde, como os voluntários do Crescente Vermelho Palestino, assim como os pacientes, possam chegar aos hospitais sem demoras desnecessárias".

Os profissionais e estabelecimentos de saúde devem ser respeitados e protegidos em todas as circunstâncias e as equipes devem poder trabalhar em um ambiente seguro.

Os hospitais em Jerusalém Oriental admitiram mais de 370 feridos desde 1o de outubro. O CICV trabalha em estreita parceria com os hospitais de toda a região durante essa crise, fornecendo medicamentos e outros materias médicos ao Hospital de Makassed e ao Ministério de Saúde da Palestina na Cisjordânia. Também apoia o Crescente Vermelho Palestino e o Magem Davi Adom na resposta que eles provêm.