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Líbano: como a vida de Samir se encheu de saúde e felicidade

Em julho de 2018, Samir chegou ao pronto-socorro do Hospital Universitário Rafik Hariri (RHUH) com uma dor abdominal insuportável.

Sem poder pagar o tratamento, este refugiado palestino da Síria, normalmente teria tido dificuldades para chegar aos serviços de saúde. A vida nas ruas do campo de refugiados de Sabra, desde que o conflito na Síria se desencadeou, pode ser difícil. Muitas pessoas vulneráveis se esforçam para ter acesso aos serviços de saúde no Líbano.

Muitos pacientes esperam muito para buscar ajuda porque não podem arcar com os custos da assistência à saúde primária, chegando ao hospital em estado grave ou, até mesmo, urgente. E, mesmo se puderem dar entrada no hospital a tempo, alguns pacientes deixam o pronto-socorro - apesar dos conselhos médicos - sem poder pagar pelos exames médicos preliminares ou porque não podem pagar o tratamento recomendado. A maioria desses pacientes está consciente das repercussões médicas e, ainda assim, não podem fazer nada a respeito.

Para ajudar pacientes como Samir a terem acesso a serviços de assistência à saúde de qualidade, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a Fundação Avina formaram parceria com o RHUH para lançar um projeto de longo prazo.

Apoiar o acesso à assistência à saúde quando é mais necessário

O objetivo deste projeto é dar acesso à assistência à saúde de qualidade para pessoas vulneráveis de todas nacionalidades, reforçar a infraestrutura do hospital e desenvolver capacidades da sua equipe.

Até o momento, mais de cinco mil pessoas puderam ter acesso à assistência à saúde de qualidade e mais de 25 projetos para reforçar a infraestrutura do hospital foram realizados.

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Mas o trabalho não termina aqui.

O enfoque holístico do CICV para os serviços de saúde inclui o tratamento contínuo, o que significa que pacientes como Samir não receberão apenas o tratamento emergencial, mas também acompanhamento psicológico e encaminhamento para receber um maior apoio ou continuar o tratamento.

Quando Samir chegou ao pronto-socorro, o procedimento que salvou a sua vida foi tratar a úlcera que tinha. Durante o tratamento, os médicos perceberam que ele não estava saudável em termos de saúde mental. Um psiquiatra diagnosticou que sofria de depressão e recebeu o tratamento adequado.


Samir nunca mencionava ninguém da sua família, salvo a filha na Síria, com quem havia perdido totalmente o contato. Os assistentes sociais do CICV entraram em contato com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) e, juntos, puderam encontrar o sobrinho dele, que estava vivendo no norte do Líbano. Ahmad, sobrinho de Samir, venho visitá-lo e trouxe roupas, comida e um pouco de felicidade. Encontrar-se com um familiar ajudou a curá-lo. Ele recebeu alta depois de ter se recuperado completamente.

Samir receberá 250 dólares por mês por seis meses, período durante o qual buscará um trabalho estável para se sustentar.