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Melhora do acesso à assistência à saúde para mulheres grávidas no centro de Moçambique

CC BY-NC-ND / CICV / Khatija Nxedlana

“Sofremos muito durante os partos em casa”, conta Ottilia Alberto, que se aloja na Casa Mãe Espera na reta final da sua gestação.
Para ter o seu terceiro filho, a mulher, de 23 anos, percorreu cerca de 14 quilômetros da aldeia de Botone na motocicleta do seu pai para chegar até a clínica-maternidade. Ela não conseguiu chegar à clínica a tempo no seu último parto e por esse emotivo está aliviada de ter uma casa onde gestantes podem esperar até o dia parto.

CC BY-NC-ND / CICV / Khatija Nxedlana

Esta será a primeira vez de Isabel Franzi na Casa Mãe Espera, que dará à luz ao seu oitavo filho nos próximos meses. Os seus outros filhos nasceram antes da construção da casa de espera.
Embora ainda esteja no início da gravidez, Isabel vai de Guinifaulo, a cerca de 4 quilômetros, para as suas consultas pré-natais mensais.

CC BY-NC-ND / ICRC / Khatija Nxedlana

Amélia Quin, 19, mora muito perto da Casa Mãe Espera. Ela teve dois filhos no hospital.
Apesar de não precisar se alojar na Casa Mãe Espera, porque mora muito perto da clínica, ela acredita que a existência dessa casa é uma ótima ideia para muitas mulheres na região.

CC BY-NC-ND / CICV / Khatija Nxedlana

Era madrugada quando Anista Félix, 21, deu à luz. O marido dela não estava em casa para levá-la para o hospital local de bicicleta e foi a sua sogra que a ajudou a trazer o bebê ao mundo.
Agora ela espera outro bebê e está feliz de saber que a Casa Mãe Espera está disponível para ela e todas as gestantes da área.
Anista Felix vem de Namashwinga, a 10 quilômetros de distância - um trajeto que a pé pode levar até duas horas para chegar ao hospital.

Moçambique (CICV) - Na cidade de Cagole e arredores, região central de Moçambique, muitas mulheres dão à luz em casa, correndo o risco de ter complicações durante o parto.
Sem saber ao certo a data prevista de parto, algumas percorrem distâncias de entre 4 e 14 quilômetros até o hospital mais próximo, onde aguardam os últimos dias ou semanas de gravidez, ainda que isso implique esperar debaixo de uma árvore ou em uma cabana na redondeza.

Para ajudar as gestantes a terem um melhor acesso à assistência à saúde, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) construiu uma casa onde está a clínica-maternidade para alojá-las. A construção dessa casa aconteceu após a reabilitação do Centro de Saúde de Cagole. A região foi afetada pela violência armada entre forças do governo e da oposição armada entre 2013 e 2016.

A Casa Mãe Espera em Cagole é uma das seis desse tipo construídas em Moçambique.