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Realidade de vítimas e trabalho humanitário impressionam público de Brasília

A mostra "Junto às Vítimas -- A Suíça Humanitária e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV)" ficou em cartaz no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República entre 15 de setembro e 4 de outubro. Alan Santos/CICV

Era para ser uma manhã de turismo em Brasília para a paranaense Roberta Bergamini, que estava na capital para prestar um concurso público. O que ela não esperava ver era uma exposição que retratasse a realidade de vítimas de conflitos armados e outras situações de violência. "Não imaginava ver essa mostra aqui. A exposição me impressionou bastante", conta. "Eu não sabia da existência de tantas guerras, inclusive na atualidade."

"Embora não nos deparemos com guerras aqui no Brasil, essa exposição mexe com o nosso emocional", avalia a advogada Roberta Bergamini. Alan Santos/CICV

Roberta visitou a mostra "Junto às Vítimas - A Suíça Humanitária e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV)", que ficou em cartaz no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República entre 15 de setembro e 4 de outubro. Dividida em dois setores, a exposição apresentou ao público obras do fotógrafo suíço Jean Mohr, que pertencem ao Musée de l'Elysée de Lausanne, além de imagens do acervo do CICV, com registros de mais de 150 anos de história de proteção e assistência a vítimas.

O olhar da vítima em uma das fotos do acervo do CICV impressionou a publicitária Patrícia Friederichs. "Para mim, parece que está pensando no que vem depois", conta. Alan Santos/CICV

O que chamou a atenção da publicitária Patrícia Friderichs foi o sofrimento das vítimas dos conflitos armados e a atuação humanitária nos mais diversos contextos. "Quem sofre durante as guerras são os civis. Então, é muito importante que exista uma instituição como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que se preocupa justamente com essas pessoas", avalia.

"Acho que uma mostra como esta é muito bem-vinda em um momento em que somos bombardeados por flashes de notícias muito instantâneos, que não nos dão tempo de processar", afirma a psicanalista Tatiana Mazzarella. Alan Santos/CICV

Para a psicanalista Tatiana Mazzarella, exposições fotográficas sobre contextos de conflitos oferecem uma chance maior para a reflexão do público. "Acho que uma mostra como esta é muito bem-vinda em um momento em que somos bombardeados por flashes de notícias muito instantâneos, que não nos dão tempo de processar", conclui.

A exposição foi organizada em parceria entre o CICV e a Embaixada da Suíça no Brasil, e contou ainda com atividades paralelas, como a mostra dos filmes "Henry Dunant - Vermelho sobre a Cruz" e "War Photographer", e um programa educativo para crianças e adolescentes.

A exposição "Junto às Vítimas – A Suíça Humanitária e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha" recebeu 13 visitas escolares. Alan Santos/CICV

"É muito interessante. O CICV ajuda muito e isso muda o mundo", conta o estudante Marcos Aurélio Soares Silva, de 10 anos. Ele e sua turma do 5º ano da Escola Classe 22 da Ceilândia (DF) participaram de uma visita guiada.

A estudante Emberly Christiny, de 10 anos, lembrou a importância da iniciativa de Henry Dunant, fundador do CICV. "É interessante como alguém pode fazer algo tão grande, que dure tanto tempo". Emberly acredita que o trabalho humanitário realizado ao dos últimos 150 anos faz uma enorme diferença para a população. "O mundo seria um lugar muito pior se não fosse por ele", completa Emberly.

Ao final de cada visita, as crianças puderam ainda participar de atividades lúdicas, nas quais expressaram suas reflexões por meio de desenhos, exibidos no próprio museu. Alan Santos/CICV

No total, mais de 500 estudantes visitaram a mostra. Ao final de cada visita, eles puderam ainda participar de atividades lúdicas, nas quais expressaram suas reflexões por meio de desenhos, exibidos no próprio museu.