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Vencedora do Prêmio CICV: É uma iniciativa que reconhece o trabalho de mostrar pessoas por trás dos conflitos

Em sua primeira edição, a primeira colocação do Prêmio CICV de Cobertura Humanitária Internacional foi concedida ao especial multimídia "Um Mundo de Muros", da Folha de S.Paulo. Em uma breve entrevista após a cerimônia de premiação, a jornalista Patricia Campos Mello, integrante da equipe no prêmio pelo especial, fala sobre a importância da cobertura humanitária na imprensa brasileira.

Qual a importância de ter sido premiada com este prêmio específico sobre cobertura humanitária?

Eu fiquei super honrada. Acho que é o prêmio mais importante que a gente poderia ter ganho porque reconhece especificamente o que estamos tentando fazer, que é mostrar as pessoas por trás dos conflitos, mostrar este tipo de cobertura humanitária do ponto de vista de quem é vítima em situações de pobreza. Então não existe honra maior para gente do que ganhar este prêmio, porque é do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que é a entidade mais respeitada que poderia existir, e é algo muito específico.

Você vê mais espaço para aumento deste tipo de cobertura na imprensa brasileira?

Eu gostaria muito que isso acontecesse, mas é uma coisa cara e que demanda convencimento dos chefes (nas redações). Eu acho que é essencial, tanto aqui no Brasil quanto fora, e espero que isso se torne mais frequente, mas é um momento difícil para a imprensa. Não sei quanto espaço teria para isso. Espero que as pessoas se sintam mais animadas depois desse prêmio.

O que este trabalho vencedor teve de especial em comparação com outras coberturas que você já fez?

Este trabalho foi muito diferente porque foi um trabalho muito mais longo, de fôlego. A gente encontrou um tema e resolveu se aprofundar, então foi quase um ano de trabalho com uma equipe de quase 22 pessoas. Então foi algo sensacional e muito diferente do que costumo fazer, já que estou habituada a trabalhar com apenas um fotógrafo.